A luta pela diminuição da carga horária de trabalho vem de longínqua
data, desde o século XIX já havia manifestações em prol da redução de 16 para 8
horas... Certamente essa entre outras conquistas daí advindas foram salutares,
que diga o Brasil no século XX com a aprovação da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), apesar disso, há muito que se conquistar.
Ainda
temos um vasto proletariado desassistido em seus direitos fundamentais
(educação, saúde, moradia), obrigados a sobreviver com um salário de fome, em um
sistema onde em nome do capitalismo selvagem vige a lógica da mais valia, além de ainda termos incontáveis trabalhadores que se encontram na penumbra da informalidade ou em terríveis
condições análogas ou de flagrante escravidão.
1º de Maio é um marco histórico que deve ser comemorado não como uma luta
que diz respeito apenas às conquistas do passado, mas como um paradigma que necessita a tempo
todo ser ratificado em seu valor e renovado em sua missão frente às novas demandas
que se apresentam em uma era de sociedade globalizada. Os desafios continuam exigindo consciência crítica e engajamento para a conquista de melhores condições de trabalho que enxerguem a humanidade do
trabalhador sem lhe reduzir à continuidade de uma máquina.
Por uma carga horária
que não lhe retire a possibilidade de vivenciar plenamente a um só tempo outras dimensões de
sua vida como educação continuada, esporte, lazer, entre outros, sem postergação de realizações íntimas projetadas para um futuro de aposentadoria que não se pode afirmar ao certo que virá... Por um trabalho
que não ocupe o papel de centralidade na vida, mas sim o de um entre outros
elementos fundamentais à existência é que podemos ter certeza de que caminhamos mas ainda há muito para caminhar.
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