sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Pensar ou não pensar? Eis a questão!





Vivemos em uma sociedade que de modo global “oferece” aos indivíduos uma gama de preconceitos no sentido mais específico do termo que é de conceitos preconcebidos, os quais foram e continuam incessantemente a serem (re) construídos através de uma trama complexa de fatores que possuem valor adaptativo ou não a depender do contexto em que se originam e perpetuam, possuindo nessa construção desde a influência histórico-cultural na quase “determinação” de nossos juízos de valores até uma economia de esforço neurocognitivo o qual se dá por ser mais "fácil" reproduzir do que questionar, modos de ser, existir e pensar, construindo, portanto lentes sobre as quais buscamos enxergar e ler o mundo.
A sociedade ocidental dentro do paradigma do capitalismo e a sua consequente ética normativa tem conseguido nortear a conduta moral estabelecendo determinados padrões, através da oferta de uma gama incontável de construções falaciosas que por um “automatismo” reproduzimos irrefletidamente, tamanho o status naturalizador em que se encontram. No Brasil possui é claro as suas características peculiares como em todos os demais países, mesclando-se sempre à realidade conjuntural de cada local.
Se nos tornamos capazes de identificar esses clichês mentais que foram construídos socialmente ao longo de gerações como se fossem sistemas coerentes ainda que não passem de sofismas e o refutarmos segundo a racionalidade, nos tornaremos capazes de efetivamente pensar com a própria cabeça e alcançar certo nível de autonomia que a maioria por um paralogismo parece ainda se quer suspeitar, seguindo suas vidas atreladas a construções completamente alienadas do que se pode chamar de lógico, coerente e até mesmo verdadeiro, ainda que se deva ponderar e reconhecer a relatividade da verdade.


terça-feira, 26 de agosto de 2014

Guerras


Quanto sangue já foi derramado, quanto ainda será nessa expressão máxima de banalização da vida que são as guerras? Que estranha capacidade para estupidez (com o perdão da palavra) é essa a nossa? Sim, porque temos todos nós temos um quinhão de responsabilidade, afinal, é ledo engano pensar que toda essa violência começa com bombas, tanques e fuzis, é antes nas minúcias do cotidiano, nas fronteiras que erguemos e nos digladiamos que nasce os grandes confrontos de estado para estado, de país para país.
As guerras não se sustentam apenas com os seus líderes é preciso um exército apito a seguir suas ideologias, adotando suas diretrizes e nem se manteriam se não houvesse uma indústria bélica para alimentá-la a qual desde sempre, independente do sistema econômico, esteve descolada de qualquer comprometimento ético que preconize a vida, visando apenas lucrar e lucrar... Quanto tempo mais ainda iremos levar??? 
"Sei que a paz é mais difícil  que a guerra"
Kubitschek

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Período eleitoral




Quem dera que nesse período as cidades recebessem um banho de intervenções que conclamassem os cidadãos para o amplo debate político, de modo a pensar as demandas sociais e possíveis meios para a sua efetiva resolução, mas, nesta época de eleições ganham mesmo é um banho de poluição, sonora, visual, intelectual e o pior de enxovalhamento do que deveria ser exemplo de exercício democrático... Nos muros, pinturas e adesivos com propagandas políticas brigam por espaços, jardins públicos, morros, prédios e casas ganham placas e faixas, locais são alugados e viram cedes de comitês, cabos eleitorais são contratados, santinhos distribuídos... Nas diversas mídias multiplicam-se propagandas, carros de sons são espalhados pelas cidades, repetindo até exaustão dingos que pretendem fixar os números dos candidatos em nossas mentes pela repetição. Quanto dinheiro desperdiçado, gasto em vão!!

Com a chegada do horário eleitoral, constatamos mais uma vez a realidade do ditado que sabiamente diz: "Seria cômico, se não fosse trágico", tem-se a impressão de que os indivíduos mais incapazes sentem-se aptos a se candidatar, na maioria das vezes o que se vê são pessoas sem o menor preparo intelecto moral, diante de uma câmera a ler mensagens patéticas, tentando soarem íntimos dos eleitores utilizando-se de apelidos ou adjetivações infantis.

Em 2010 segundo a Confederação Nacional dos municípios, foram eleitos exatos 57,434 vereadores em todo o país, com relação aos prefeitos, o Senso 2010 revela que existem 5,564,00 municípios, e agora em 2014 serão eleitos não só um (a) presidente da república, como governadores dos estados, deputados federais, estaduais e distritais, o que significa que estará sendo formado um verdadeiro exército com poder legislativo, executivo e idealmente fiscalizador

Durante o período de atividades politicas, o dispêndio do dinheiro público  chega a quantias exorbitantes, as quais muitas vezes são desviadas do seu real e necessário destino pela politicagem acabando por escoar pelos ralos da corrupção.  Assim, o funcionamento do aparelho público segue deficitário, perpetuando esse "modus operandi", em grande parte, este quadro deve-se ao fato de que infelizmente serão poucos eleitos em ambas as esferas realmente preparados e comprometidos com a séria demanda do país.

A corrupção é esse câncer instaurado, aos quais projetos como ficha limpa ganha status de quimioterápicos, entretanto, a jornada é longa e árdua, porque a demanda por transformação é imensa, ainda estamos muito aquém do necessário e ainda mais, do ideal.  Não se trata de fazer par com o pessimismo, existem sim sujeitos éticos, comprometidos com os interesses sociais, engajados pela construção de um país e de um mundo melhor, buscando fazer no micro, até o impactar no macro, existem políticos honestos, entretanto, ainda são minoria que confirma a regra instaurada, geradora da triste cultura do jeitinho brasileiro que nos rende o título de país da corrupção e consequentemente essa profunda descrença social na política como via importante de transformação.




O Brasil pretende chegar ao índice 6 de Desenvolvimento Básico da Educação em 2021, quando países desenvolvidos já o alcançaram em 2006, o que é profundamente lamentável porque a mudança de consciência que levará este país para frente, essa transformação só será possível acontecer se tiver como aliada fundamental uma educação realmente de qualidade, alicerçada em uma dupla dimensão, tanto cívica como moral, sendo  capaz de contribuir na formação de cidadãos críticos e éticos.

Não devemos é claro perder a esperança, apesar da vergonha desse quadro, com real querer, comprometimento e uma certa dose de indignação é sempre possível mudar. Comecemos por nós mesmos antes de cobrarmos do governo, os políticos saem do seio de nossas famílias! Analisemos nossos atos cotidianos a fim de averiguar se também não cometemos pequenas corrupções no dia-a-dia, em busca de vantagens. Tenhamos consciência do valor do nosso voto, afinal não se vota em ninguém por camaradagem ou por qualquer sorte de benefício pessoal futuro. 

Avaliemos os candidatos com discernimento e independente de ser ele o eleito ou não, quem ganhar a eleição estará nos representando, portanto, devemos acompanhar o mais que possível o seu mandato. Exerçamos a nossa cidadania plenamente, ciente de que um cidadão é senhor de direitos mas também de deveres, certos de que o bem estar pessoal é indissociável do bem estar comum.

Pode parecer idealismo utópico, em uma nação com milhões de analfabetos completos ou funcionais, onde ainda há tanta pobreza e miséria e a política que impera é de assistencialismo, entretanto, não é disso que se trata, afinal, ninguém afirmou que a mudança seria fácil ou para amanhã. O Brasil é uma nação rica, múltipla, com vasto potencial, tenhamos a certeza de que os passos iniciais já estão sendo dados e precisam cada vez  mais estar alicerçados em real comprometimento e consciência crítica para que haja uma renovação política e social, findando a era da politicagem para que esse país seja realmente justo, de todos!


domingo, 10 de agosto de 2014

Dia dos pais



Pai,

É você que me gerou,
É você que me adotou,
É você que me herdou,
É você que me ensinou,
Força, coragem, dignidade e amor.