segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Natal



Em um lar mesa farta é mesa aonde quem chegar é bem vindo para se alimentar, mas, sem excessos, que é para evitar o desperdício ou comer em demasia. Em um lar confraternizar é brindar sem se conduzir a embriagues ou a euforia, mantendo a tranquilidade e a alegria. Em uma família unida o maior presente é a presença e O aniversariante não é substituído por Noel, mantendo-se como convidado especial, sem perder o seu papel. Que nessa época que nos convida à harmonia e à reflexão, ás luzes da sabedoria, da paz e do amor se mantenham acesas ao longo do ano em nosso coração.






terça-feira, 27 de novembro de 2012

Mentir ou falar a verdade? Eis a questão!




Certamente a segunda a opção. O homem desiste de utilizar a mentira como meio para atingir determinado fim, quando percebe que não pode se enganar, que não precisa fingir e que o mesmo respeito que reivindica para si, deve ter também para com os demais. Muitas vezes justificando a sua utilização devido à fragilidade ou ingenuidade do semelhante para lidar com a realidade dos fatos, é nesse sentido, muito mais um pretexto para desculpar a falta de determinação e porque não dizer também de coragem que se faz necessária para expor a verdade com sinceridade  do que uma tentativa de proteção ao próximo. Além do mais, é preferível uma verdade  difícil de ser digerida no primeiro momento do que uma mentira que acalente e que depois de descoberta venha a machucar muito mais, causando apenas um falso bem estar e ilusão momentâneos.

Isso é claro não significa dizer que devemos adotar atos extremos, é preciso ponderar e agir com a razão, se um semelhante se encontra por exemplo vivenciando um turbilhão de problemas e podemos aguardar para compartilhar determinada notícia ou situação quando ele estiver em melhor condição de ouvir e digerir aquela realidade, devemos fazê-lo, sob pena de estarmos agindo sem solidariedade, tornando o ato de dizer a verdade um ato cruel, essa é única circunstância que consigo imaginar ser cabível a breve omissão, até que o próximo se recupere e tenha condições de lidar com a situação.

Entretanto, não é assim que temos agido e no dia-a-dia, multiplicam-se as pequenas mentiras, chamadas de desculpas que passam a fazer parte da rotina, o atraso é justificado pela demora do ônibus  e não porque se saiu mais tarde do que deveria de casa, a culpa é do trânsito (o que muitas vezes acontece realmente), das contingências exteriores e nisso vamos nos infantilizando com ações completamente desnecessárias que nos mantém omissos a demanda fundamental que é de tomar a responsabilidade para si.

Certamente, o pior dos seus usos é quando a mentira é utilizada de modo deliberado, com má fé, tendo por objetivo algum ganho pessoal e mais ainda quando traz qualquer sorte de prejuízo para outrem, sem saber que o maior prejudicado acaba por ser o próprio. Na estrutura em que nos encontramos, no modo em que estão tecidos os laços sociais, há quem diga que a mentira se faz muitas vezes necessária e é inclusive esperada, a verdade geraria um grande incômodo diante de uma engrenagem que se utiliza dela como mecanismo importante de funcionamento. 

Há quem diga também que uma mentira contada muitas vezes se torna verdade, mas, ela é apenas uma mentira multiplicada com status de verdade, outros, inclusive cientistas que investigam sobre a evolução da espécie, chegam a atribuir o uso de tal dispositivo como um dos principais elementos para o desenvolvimento cerebral, devido a necessidade de um maior nível de complexidade na elaboração cognitiva que é exigida para mentir e chegam a estipular o número de mentiras que se contam durante o dia.  Para além dessas concepções, talvez um dos questionamentos pertinentes na atualidade possa ser, qual a verdade sobre a mentira? Sobre que bases ela se constrói? Qual a influência da cultura nisso? Em um país como o Brasil o que significa o jeitinho brasileiro? 

Mesmo os mentirosos compulsivos, não gostam de ser enganados e é possível modificar essa lógica de funcionamento social, o que precisamos pensar é como fazer com que isso aconteça. Certamente, a medida que a estruturação da cultura vá se modificando, permitindo ao indivíduo ser quem ele é, sem necessidade de dissimulação ou uso de máscaras, educando as crianças não só com belas palavras mas, a partir do exemplo para que se tornem adultos mais maduros, capazes de arcar com suas responsabilidades, buscarem suas conquistas de modo legítimo, pensarem  e agirem de modo claro e com retidão, a partir do desenvolvimento da consciência ética e crítica que só pode acontecer com uma educação realmente integral (moral e cívica) deixaremos de utilizar a mentira como muleta ou ferramenta para as mais variadas funções, reconhecendo que a verdade tem força própria.

Nesse sentido, levando em consideração e buscando relativizar a cerca das muitas verdades e ilusões de cada sujeito é que a sinceridade, companheira fiel da verdade deve ser ponderada. Afinal o que é mesmo dizer a verdade? O que significa ser sincero? Há pessoas que com o perdão da palavra, vomitam verdades (as suas), de forma tão áspera que atingem o outro (com ou sem intenção) causando muito mais mal do que bem e quem de nós em um excesso já não agiu assim? Entretanto, ser sincero não significa grosseria ou rudeza, pelo contrário, é necessário grande sensibilidade e respeito pelo outro sendo então um grande desafio que estamos todos convidados a encarar. 

Vamos vivendo, caminhando, aparando arestas e durante a caminhada, vamos descobrindo que o nosso compromisso primeiro precisa ser com a própria consciência. Se em 1º de abril é o dia da mentira, no dia 03 do mesmo mês é o dia da verdade, tão pouca divulgada, mas, com certeza já é tempo de começarmos mesmo que mansamente até ajustarmos o passo, lhe prestarmos o devido valor.





sábado, 10 de novembro de 2012

Natural é ser da natureza




Quem já viu o sol nascer e aplaudiu o sol se pôr, quem tomou banho de mar, de rio, de luar, ah quem vislumbrou uma noite estrelada na varanda, na sacada de sua casa ou em uma estrada de terra, somente pela lua iluminada, quem viu a flor desabrochar ou a cheirou desabrochada, quem já quis voar feito passarinho, quem viu o cair da chuva e não tentou se proteger, quem não vendo ou ouvindo, sentiu o cheiro da terra molhada, quem caminha a passos largos ou curtos nessa estrada.

Quem sentiu esperança e sorriu bobo feito criança, se encantou com o arco-íris, mesmo que seja em um lampejo, com uma música ou uma dança, quem cantarolou uma canção, quem já se pegou rindo de si, quem já suspirou e não abre mão da própria companhia tanto quanto dos bons encontros, quem não espera o fim do ano pra se renovar e apesar das dificuldades torna a abrir os braços e ir à vida tão múltipla e colorida, ah, teve um momento de luz e de pureza, sentiu no peito essa certeza mesmo sem poder evitar depois vim a vacilar... 

Por certo vibrou com essa verdade que parecia se revelar, é sempre a mesma e é sempre tão nova, atenuando as diferenças, superando qualquer crença, avassaladora, chega sem pedir licença, verdade rica a nos irmanar, quem se surpreendeu com o ser humano e se deu conta que ele é um oceano, percebeu essa sede de ser feliz que em todos os homens se revela e afirma em uma essência comum que jamais se contradiz. Essa constatação pelos múltiplos sentidos, com todos os desafios e convites que acaba por nos fazer, tão sútil em nos pedir, a cada coração pertence e cabe a cada mente refletir.




domingo, 28 de outubro de 2012

Segurança Insegura.



 A forma como se articula a segurança pública, mesmo em países democráticos como o Brasil tornam este dispositivo mais coercitivo, do que um real suporte que garanta uma eficiente regulação do comportamento idealizado que o indivíduo deve adotar para conviver em sociedade.  No dia-a-dia, facilmente o cidadão passa a ser aquele que possui apenas deveres, sendo negligenciado em seus direitos. Quantas pessoas já não temeram algum ato de violência ou viram-se vítimas do abuso de autoridade daqueles que deveriam lhe proteger?

 Sem sombra de dúvidas é um quadro complexo em que não se pode reduzir a dimensão de culpado e inocente, vítima e algoz, além disso, trata-se de uma área de atuação muito delicada com várias demandas e pendências a se solucionar, dentro de um contexto de influência histórico-cultural sui generis como é o brasileiro. Entretanto, há um fato que não se pode negar, em todos os níveis e cargos desse dispositivo, de juízes à delegados, passando por agentes penitenciários e policiais que se encontram na ponta da lança, precisa-se urgentemente de profissionais qualificados não só no campo da instrumentação mas também e fundamentalmente no campo ético, com autoridade, mas, sem autoritarismo para que esse formato de lança seja desfeito e uma nova figura mais apropriada possa emergir.

Infelizmente, ainda vivemos sobre uma lógica em que muitos policiais, por exemplo, sentem-se diminuídos ao estarem atuando em políticas de conscientização e prevenção como UPC (Unidade de Polícia Comunitária) ou UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), justamente por não compreenderem o valor da prevenção, como se a verdadeiro policial tivesse que está sempre em combate.  Este quadro não é isolado, ele reflete a nossa cultura que de modo geral busca muito mais atuar no efeito do que na causa, remediar do que prevenir.

A mesma lógica faz com que profissionais da área da saúde, especialmente médicos, se sintam pouco atraídos em trabalhar junto à atenção primária, em unidades básicas de saúde, como se atuar em tal área fosse de certo modo um desperdício de todo o conhecimento que se adquiriu durante a formação e o local apropriado para um real desempenho de sua função estivesse cincunscrito apenas nos  hospitais com atenção de média e alta complexidade. Assim como uma palestra no posto de saúde sobre o necessário cuidado com os pés diabéticos poderia evitar futuramente uma  intervenção de emergência, também na segurança pública, valorizando mais a prevenção do que a repressão e a punição (muitas vezes arbitrária) se evitaria muitos efeitos colaterais e se geraria menos demandas.

Resta apenas uma certeza, há muito que ser feito, caminhamos em políticas públicas, se tem buscado uma melhoria do funcionamento desses dispositivos para aumentar a eficácia dos mesmos, entretanto, é preciso muito mais investimento, sem negligenciar a educação que tem sido tão mal tratada neste país, para que a justiça ao julgar, o policial ao agir, sejam mais justos, certamente ainda temos muito que caminhar... Justiça abandona esta espada!!


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Liberdade de Crença




A necessidade de respeito à diversidade de crença e expressão religiosa é fator inquestionável, entre os crentes, ateus e agnósticos, admiráveis são os capazes de professar sua filosofia de vida sem desrespeitar as muitas outras existentes. Em uma sociedade democrática, países pretensamente laicos como Brasil, asseguram na constituição o direito a liberdade de expressão, entretanto, esses mesmos direitos demandam deveres, a nossa liberdade começa onde a do outro termina, não é assim que nos aconselha o sábio ditado?

Desde que as discussões sejam saudáveis, sem se prenderem de forma tacanha a qualquer sorte de radicalismo e consequente ridicularização do próximo é que é possível e assegurada à liberdade de expressão, a justa medida será sempre o respeito, o qual representa uma árdua conquista, sendo inclusive sinal de maturidade de quem assim age. Afinal, o homem certo de suas convicções não precisa desprender energia desqualificando a crença ou descrença alheia, muito menos desgastar-se em proselitismo religioso com idéias salvacionistas, certamente é necessário o meio termo, o bom senso,  para que não caia em fanatismo.

Quando surgem especialmente na Europa e nos EUA termos como islamofobia, representando um sentimento de repulsa aos muçulmanos e aos adeptos do islã como se todos fossem terroristas, ou quando aqui no Brasil pesquisas realizadas por fundações como a Perseu Abramo em 2009 revelam o grande nível de intolerância dos brasileiros diante dos cidadãos que se declaram ateus, comparando o grau de discriminação ao que sofrem os usuários de drogas, é interessante perceber como o preconceito obstrui a razão e limita a visão.

Claramente existem muçulmanos éticos que vivenciam os dogmas de sua religião sem fundamentalismo, assim como pelo fato do indivíduo ser ou não ateu não há relação direta ou indireta que implique em bom ou mau caráter. Inclusive existem ateus  que na vivência de sua cidadania são bastante crísticos, os budistas, por exemplo, mesmo dissociados da dimensão deísta, são extremamente espiritualizados, guardando semelhanças impares com os cristãos em sua forma ética de refletir, questionar e propor melhorias no nosso modo de viver  em sociedade.

Outros ainda, não budistas, seguindo a mesma lógica ética, ao proporem melhorias e fazerem reivindicações pertinentes, são muitas vezes os agentes protagonistas de grandes revoluções sociais como Karl Marx e de significativa contribuição científica como Albert Einstein, Thomas Edson, Dráuzio Varela... E tantos outros igualmente identificados a lutas de valores humanitários (o que se coloca como ideal infinitamente maior a essa diminuta questão de crença) fortalecendo o time dos que sobrepujam as necessárias transformações sociais.

O questionamento válido talvez seja nos perguntarmos o quanto a partir desses diferentes caminhos estamos sendo capazes de contribuir na construção de sujeitos éticos, cidadãos críticos, consciente de seus direitos e de deveres. Toda a sorte de intolerância deve ser vivamente combatida, porém, é claro, não com a recíproca em igual moeda. Viva a diversidade e o respeito às demandas existenciais de cada um, com suas respectivas convicções a lhes fornecer e garantir um modo próprio de ser e estar no mundo. 

Somos semelhantes e não iguais, as diferenças fazem parte, precisamos aprender a conviver com elas, se quisermos melhorar o lamentável quadro de intolerância que se encontra em nível mundial, não será impondo nosso ponto de vista. Ao sair em busca das transformações sociais, é preciso estar aberto ao diálogo e alicerçado sob valores humanitários, a fim de que uma pretensa certeza, não se torne apenas um pretexto para a manutenção das pequenas picuinhas do dia-a-dia até as grandes guerras. O respeito à liberdade de crença significa o reconhecimento dos diferentes caminhos que o livre arbítrio nos permite trilhar e nesse sentido, não há certo nem errado, melhor nem pior, apenas o sapato que melhor nos cabe no pé, a roupa que ao vestirmos nos sentimos mais confortáveis neste momento existencial.



domingo, 16 de setembro de 2012

Aspiração


 

Lá todos são amigos,
São todos irmãos,
Lá não tem vaidade, 
Só bem querer,
Desfez-se a ilusão.

Lá o homem é tão livre como o pássaro,
Suave e plena criatura...
Lá já se operou a revolução,
Não se usa mais armadura.

Cada palavra é a própria inspiração,
Há alma em tudo o que se faz e se diz.
Lá bate mais forte o coração,
E o homem finalmente é feliz.

Desfeitos os nós, 
Tecidos os laços,
Cada olhar é um aconchego,
Um abraço.

O que se tem lá,
Anseio que se construa aqui,
Para alma viver mais leve,
Poder sonhar e sorrir.


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Conselho de Mãe I



Ainda não inventaram lápis que façam os olhos brilharem, nem sombras que iluminem o olhar, muito menos batons que façam os lábios sorrirem, então, pinta a face, mas, não te esqueças de colorir a alma.


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Conselho



Desfaz essas amarras,
Não acredites em tábuas de salvação,
Seja qual pássaro de asas largas e voa livre na amplidão.





terça-feira, 28 de agosto de 2012

Oásis




Deserto não é apenas este seco lugar,
Deserto também é o mar,
Toda essa água e minha sede não mata.

Fome? Ora meu bom homem,
Nem mesmo a mesa mais farta,
O banquete mais requintado,
Pode me alimentar.

Minha sede e minha fome,
Somente o amor pode aplacar.
E digo sem temor, como poderia negar:
Almas foram feitas para amar!!

E não o reduza ao vão romantismo
Que de tal modo, o profanas,
Quero o amor que a todos os homens irmana.



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Entrega



Ter-te aqui diante dos meus olhos
Sob tão colorido matiz,
Diz senhor deste pobre coitado,
Serei eu digno de ser tão feliz?

Doravante meu nome é incapaz de me descrever,
Já não me contém e nem poderá deter.
Acaso a alma cabe na palma?
Vida, apenas me chame amor!

E agora, assim, infindo,
É como o mar revolto
Que em ti encontrou calmaria,
Tu és meu ninho, meu lar, meu porto.

Sou livre prisioneiro minha nobre senhora,
E a ti, todos os hinos de adoração,
Todas as flores do jardim,
O canto do sabiá, inteiro meu coração.




quarta-feira, 4 de julho de 2012

Pensando Bem...



A busca do autodesenvolvimento implica em responsabilidades, pois, nenhuma conquista cai do céu ou ocorre de maneira gratuita, muitos são os desafios a si vencer, somos convidados a olhar para si sem vergonha ou pudor a fim de compreender como se dá o nosso funcionamento, reconhecendo quais as nossas reais demandas para crescer. De certo, são desafios que só podem ser vencidos, etapa após etapa mediante comprometimento, onde cada fase nos exige o pleno desenvolvimento de nossas habilidades, só assim é possível seguir adiante rumo a novas conquistas.

Nessa imersão nos deparamos com forças e fragilidades em um jogo complexo de sombra e luz. Árdua tarefa, duras batalhas e claro sempre há suaves refrigérios durante a jornada. Aqui estamos nós passando por transformações que pouco a pouco nos dão uma melhor compreensão da vida, temos a chance libertadora de recomeçar, de caindo levantar  e continuarmos a seguir, vamos percebendo ser mais saudável estender a mão ao invés de apontar o dedo e que isso não implica em nenhuma condescendência.

Há muito que vencer, os olhos veem e não conseguem enxergar, ainda se fixam sobre o invólucro da aparência, percebendo atributos físicos ou financeiros, distinguindo pessoas pela cor da pele, textura de cabelos, vestes ou calçados, nacionalidade, em fim... Presos à rótulos e títulos, ditados pela beleza ou falta dela, determinamos o modo de tratamento ao semelhante. Em países como o Brasil, vivenciamos uma ditadura sexista cuja as formas físicas nos reduzem a uma mera esfera de desejante ou objeto de desejo sexual. Trata-se de uma cegueira profunda, temos muito que caminhar para transformar essa situação e sair desse nivelamento superficial.

Um dos maiores desafios é a sexualidade, essa energia vital, força que pode ser canalizada de muitas maneiras e claro utilizada de modo convencional (durante as interações amorosas), é sempre fortuita e revitalizante desde que não sirva a um mero instinto que reduz o homem a sua dimensão animal, uma vez que este raciocina, deve colocá-la sobre o crivo de sua razão. Mudar esse paradigma será trabalhoso, países espoliados como o nosso possuem heranças de exploração sexual difíceis de suplantar nas primeiras tentativas, mas, não devemos desanimar, com coragem e determinação é que o homem vence a si mesmo e pode se superar.

Que em tempos futuros, nenhum ser humano seja relegado a mero objeto de prazer e manipulação sexual de outrem, que as relações sejam construídas sobre bases sólidas, de respeito, amor, confiança e admiração. Não seja o homem vítima dos seus desejos, manipulando e sendo manipulado por suas carências, que nossas deficiências sejam sublimadas e se transformem em potencialidades. Que se multiplique o olhar que admira, os abraços fraternos que inspiram e o gratuito bem querer, viva as relações sinceras porque são essas que fazer nosso viver valer, que cresça o amor em todas as suas formas e que sem demora renove o nosso ser, que se multipliquem os laços de amizade, que as conquistas e alegrias alheias nos tragam felicidade. 

 O homem insiste em permanecer na tenra infância, mas, a realidade é que o tempo de criança já passou, de certo que algo dela precisamos preservar, porém, com certeza não é a imaturidade. Precisamos desse autoconhecimento para melhor conviver, trocar, somar, crescer... Sigamos o exemplo da borboleta que ao se transformar nos atesta a possibilidade de sublimação (desde que queiramos) e que sem mais demora saíamos dessa cegueira de agora, há tanto o que viver, não é justo conosco ou com a vida subestimar o potencial da existência.




terça-feira, 5 de junho de 2012

Eterna Namorada



Ao mirrar-te no espelho
Com espantoso temor,
Pintando os lábios de vermelho
Pra esconder riso amarelo,
Perguntei-me sincero
Por onde anda meu amor?

Foi embora a mocidade,
O tempo correu com a idade
E a velhice chegou.
Como sofre minha amada,
Minha eterna namorada
Não aceita envelhecer.

Dou-lhe flores, chocolates,
Toda minha devoção,
Lhe declaro meu carinho,
Meu amor, minha paixão.
O que poderei fazer
Para em fim lhe convencer?

Sofre triplamente
Se ressente dos traços da idade,
Da juventude guarda saudades
E tem medo de morrer.
Ora que amor tão sincero,
Nem mesmo a morte é capaz de abater!

Abandona este suplício
Dai-me um riso colorido,
Não reclama estais sadia.
Continuas forte e bela,
Tal qual quando donzela
E com maior sabedoria.

A família construída
Por muitos laços unida,
Minha querida não é o fim,
Temos tanto o que aprender
Este tempo possui tesouros,
E só quem envelhece os pode viver.




quarta-feira, 25 de abril de 2012

E se?



Como seria? Como viveria a sociedade se cada trabalhador no exercício de suas funções especialmente das esferas públicas agissem tal qual:

v  Limpadores, os famosos “garis” que varrem eximiamente os espaços que lhe são conferidos.

v  Motoristas que param no ponto e respeitam o tempo dos idosos para “escalar” os degraus de certos ônibus.

v  Médicos e enfermeiras que buscam para além de combater a doença, promover a saúde e não limitam o paciente a um mero corpo humano.

v  Professores por vocação, determinados a contribuir mesmo que seja com um tijolo na construção de um cidadão de consciência crítica.

v  Funcionários que não usurpam minimamente da máquina pública utilizando os bens para fins pessoais e que atendem com respeito os cidadãos.

v  Policiais por missão que não se arvoram em serem ferozes juízes a decidir quem vive ou quem morre e preferem a ação preventiva.

v  Juízes e delegados justos, com autoridade, mas, sem autoritarismo.

v  Políticos incorruptíveis, engajados e sem politicagem.

*Até pode parecer utopia, mas não, esses funcionários existem, entretanto, ainda não são maioria e pra que assim se tornem é fundamental:

v  Um governo (enquanto instituição) que se preocupe tanto com o IDH quanto se preocupa com o PIB.

v  Salários e carga horária justos (sem necessidade de lançar mão de vergonhosas horas extras), dando condições dignas para o pleno exercício da profissão.

v Educação de qualidade (base fundamental de todo desenvolvimento) sem a qual é impossível a formação de profissionais que desenvolvam para além da técnica, o comprometimento ético com o desempenho de suas funções.

* Quando alcançarmos este patamar com certeza teremos uma “máquina pública” eficiente e saudável, onde cada servidor poderá gozar de saúde integral (física, psicológica e emocional), sem terminar conduzido a uma luta inglória para ser aposentado por alguma invalidez ou transtorno junto ao INSS.

*De certo que tudo isso se aplica as esferas privadas e as que serão privatizadas.


domingo, 8 de abril de 2012

O Pedido



Oh cândida face de suaves expressões,
Teu sorriso é capaz de arrebatar multidões.
Oh nuvem branca do meu céu.

Tua pele é morena,
Tua voz tão serena,
Parece canto de sereia
Arrebatou meu coração,
Sou peixe em sua rede,
Pesca rendida em suas mãos.

Não há sol, nem luar,
Brilhas mais que as estrelas,
Eis maior que o mar.
Passaria a vida toda ao lado seu,
Aceita flor do meu jardim,
Diz sim ao pedido meu.




quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Amor



Há quem diga que o amor é um jogo de interesses, que amor só de mãe, os mais descrentes chegam a dizer que o amor não existe que ninguém ama ninguém. Talvez por ás vezes ser utilizada de modo superficializado ou por ser confundido com paixão ou gostar, é que a palavra amor pode soar como palavra gasta.

Em que pese o abuso do uso da palavra, em nenhum momento ele atinge o amor, que é claro, existe e resiste, não apenas como um sentimento a unir corações apaixonados, mas como uma força vibrante, intensa, nada frágil e absolutamente transformadora.

O amor é casado com a esperança, por isso andam sempre de mãos dadas, ele inspira os revolucionários, embasa os mártires e alimenta os sonhos, a fé, a vida. Tem um olhar pra lá de especial, ele ver no mendigo um cidadão, pro criminoso, reabilitação, a família é o seu lar, os amigos sua inspiração, os casais fazem seus olhos brilhar.

O amor é forte e assim de mãos dadas com a esperança, com a pureza e a sinceridade de um criança, uni contrários, nobre guerreiro, transformador, de todos é o maior revolucionário.