De quatro em quatro anos uma
convocação dos jogadores para copa, de quatro em quatro anos uma convocação dos
cidadãos para a eleição. O esporte nos ensina que assim como nas demais áreas
da vida tão importante como saber ganhar é saber perder, afinal, em ambos os
lados da moeda há chances de aprendizado e crescimento para quem as sabe
aproveitar e ainda que todos queiram a conquista, poucos a irão obter, em uma
competição apenas os melhores irão ganhar.
No futebol há uma regra implícita que
alerta: quando uma equipe sofre uma goleada já não é tanto mérito de quem ganha
ainda que possua qualidade técnica, mas demérito de quem perde e perder assim
de 7 X 1, realmente deixa um sabor todo amargo, afinal a responsabilidade pesa
mais nas costas e fica a sensação de não ter feito todo o possível, de que o
dever não foi cumprido e logo vem e se, e se... Mas o fato se impõe, sem chances
de escolhas, sem possibilidades de voltar no tempo e as especulações se revelam
inúteis.
O clima é de tristeza, revolta,
decepção, mas poderíamos ficar mais aliviados se quem perdesse fosse apenas o
país seleção, o qual possui novas chances de vitória no próximo mundial com
data marcada para começar, mas não podemos nos aliviar dessa pressão porque
diferente do mundo do esporte, o Brasil nação vem perdendo de goleada dia após
dia, na saúde, na educação, no transporte, na cultura e em tantos outros
aspectos infraestruturais que sabemos necessitamos urgentemente de melhorias,
merecemos mais.
Nesse campo a lógica se inverte e a
ditadura da minoria não pode acontecer, a vitória não pode ser de alguns, nesse
time todos deveriam jogar juntos contra adversários muito claros: fome,
miséria, corrupção, analfabetismo... No entanto, os jogadores convocados são em
suas maioria figuras repetidas, políticos contundidos, cheios de lesões, que
jogam o jogo com entrada duras e desleais.
Nessa partida quem deveria nos representar,
mas parecem rivais que devemos combater, temos muito mesmo que lamentar, que sofrer,
que chorar, porque nesse jogo temos levado infinitas goleadas e assim como a
seleção, nos rendemos apáticos sem chance de revanche. Contudo, se no esporte
podemos guardar a camisa, pendurar as chuteiras, na vida não, não podemos
deixar de ser brasileiros, desertar, abandonando a nação, que a indignação que
sentimos no futebol não demore a chegar efetivamente na esfera pública nos
fazendo arregaçar as mangas afinal um
filho teu não foge a luta!!