quarta-feira, 30 de julho de 2014

Insurreição


Chaves, pontes, cadeados,
Abre a tranca, tece o plano,
E engendra o dia,
Entre perdidos e achados.

Vai a galope,
Feito cavalo alado,
Cela a tua guia,
Faz dela o teu arado.

Ganha o mundo,
Renova o íntimo,
Esquece o teu passado,
Vê bem quem irá ao teu lado.



sexta-feira, 11 de julho de 2014

Súplica


Hoje quero cantar o amor,
E bem dizer os sonhos do sonhador,
E os olhos que brilham ternos de doçura e pureza.
Hoje quero reter da humana natureza,
A sua força, a sua luz, a sua nobreza.

Hoje quero ser apenas pássaro de asas largas,
Que voa livre na amplidão.
Hoje quero da vida a sua face leve e colorida,
O seu translúcido matiz,
Em cada espirar transbordar inspiração,
Aspirando ser feliz.

Hoje não quero do homem
A sua penumbra, nem sua fraqueza,
Mas se ela se revelar,
Até mesmo ai, quero encontrar beleza.


quarta-feira, 9 de julho de 2014

País nação/seleção




De quatro em quatro anos uma convocação dos jogadores para copa, de quatro em quatro anos uma convocação dos cidadãos para a eleição. O esporte nos ensina que assim como nas demais áreas da vida tão importante como saber ganhar é saber perder, afinal, em ambos os lados da moeda há chances de aprendizado e crescimento para quem as sabe aproveitar e ainda que todos queiram a conquista, poucos a irão obter, em uma competição apenas os melhores irão ganhar.
No futebol há uma regra implícita que alerta: quando uma equipe sofre uma goleada já não é tanto mérito de quem ganha ainda que possua qualidade técnica, mas demérito de quem perde e perder assim de 7 X 1, realmente deixa um sabor todo amargo, afinal a responsabilidade pesa mais nas costas e fica a sensação de não ter feito todo o possível, de que o dever não foi cumprido e logo vem e se, e se... Mas o fato se impõe, sem chances de escolhas, sem possibilidades de voltar no tempo e as especulações se revelam inúteis.
O clima é de tristeza, revolta, decepção, mas poderíamos ficar mais aliviados se quem perdesse fosse apenas o país seleção, o qual possui novas chances de vitória no próximo mundial com data marcada para começar, mas não podemos nos aliviar dessa pressão porque diferente do mundo do esporte, o Brasil nação vem perdendo de goleada dia após dia, na saúde, na educação, no transporte, na cultura e em tantos outros aspectos infraestruturais que sabemos necessitamos urgentemente de melhorias, merecemos mais.
Nesse campo a lógica se inverte e a ditadura da minoria não pode acontecer, a vitória não pode ser de alguns, nesse time todos deveriam jogar juntos contra adversários muito claros: fome, miséria, corrupção, analfabetismo... No entanto, os jogadores convocados são em suas maioria figuras repetidas, políticos contundidos, cheios de lesões, que jogam o jogo com entrada duras e desleais.
 Nessa partida quem deveria nos representar, mas parecem rivais que devemos combater, temos muito mesmo que lamentar, que sofrer, que chorar, porque nesse jogo temos levado infinitas goleadas e assim como a seleção, nos rendemos apáticos sem chance de revanche. Contudo, se no esporte podemos guardar a camisa, pendurar as chuteiras, na vida não, não podemos deixar de ser brasileiros, desertar, abandonando a nação, que a indignação que sentimos no futebol não demore a chegar efetivamente na esfera pública nos fazendo arregaçar as mangas afinal um filho teu não foge a luta!!

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Eterno ministro


Integridade, senso de justiça, conduta ilibada, são adjetivos que delineiam qualidades fundamentais para um bom caráter, as quais são facilmente exemplificadas na pessoa do ilustre cidadão Joaquim Barbosa.

Depois de onze anos no STF eis que o ministro se despediu do cargo de presidência. Se tratando de alguém a quem foi atribuído o status de herói, em um país tão carente de bons exemplos advindos de figuras públicas, a saída deixa na sociedade certo tom de lamento, como se tivéssemos sido abandonados precocemente...

Mas, ao decidir pelo encerramento, com o seu reconhecido senso crítico, não podemos ter dúvidas de que se assim o faz é com acertada resolução. Como todo fim implica um recomeço a torcida é para que a nova estrada a ser trilhada pelo eterno ministro o conduza e possibilite a continuar contribuindo do modo que lhe seja mais apropriado para o avanço dessa nação... Benditos são os pés de todos os que não dão se quer um passo que não seja nessa direção! Precisamos de mais "Joaquins" não só lá, mas aqui, ali, em todo lugar...