terça-feira, 5 de junho de 2012

Eterna Namorada



Ao mirrar-te no espelho
Com espantoso temor,
Pintando os lábios de vermelho
Pra esconder riso amarelo,
Perguntei-me sincero
Por onde anda meu amor?

Foi embora a mocidade,
O tempo correu com a idade
E a velhice chegou.
Como sofre minha amada,
Minha eterna namorada
Não aceita envelhecer.

Dou-lhe flores, chocolates,
Toda minha devoção,
Lhe declaro meu carinho,
Meu amor, minha paixão.
O que poderei fazer
Para em fim lhe convencer?

Sofre triplamente
Se ressente dos traços da idade,
Da juventude guarda saudades
E tem medo de morrer.
Ora que amor tão sincero,
Nem mesmo a morte é capaz de abater!

Abandona este suplício
Dai-me um riso colorido,
Não reclama estais sadia.
Continuas forte e bela,
Tal qual quando donzela
E com maior sabedoria.

A família construída
Por muitos laços unida,
Minha querida não é o fim,
Temos tanto o que aprender
Este tempo possui tesouros,
E só quem envelhece os pode viver.