domingo, 22 de dezembro de 2013

Poema ao filho


































És o maior dos meus quereres,
Antes de nasceres já podia te imaginar,
Tu vieste do meu ventre,
Por mais que te ausentes
És presença viva a iluminar.

Disseste que cresceste,
Mas isto não é o fim,
Ainda és minha criança,
E vives dentro de mim.

Olho a foto no retrato,
E ela me traz emoção,
Logo vem um aperto,
Saudades, recordação.

Bem sei que precisas voar,
Por isso te deixo ir,
Mas quando quiseres voltar,
Bem sabes estou aqui.

Sei que já és um homem,
Nobre, belo e sonhador,
Mas, também és meu menino,
Que gestei e nutri com amor.

Seque a tua caminhada,
E por ti vou sempre olhar,
Tens em mim também uma amiga,
Com quem podes contar.

Vais constituir família,
E ter o teu próprio lar,
Segue a trilha da tua vida,
Eu irei sempre te amar.


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Amigo



Mais raro do que um trevo,
Foi dádiva te encontrar,
Toda vez que te revejo,
Tens tanto a me ensinar.

Quando vou ao teu encontro,
Sobre o sol ou o luar,
Meu melhor sorriso 
Sempre busco lhe ofertar,
E amparamos nossas lágrimas,
Quando elas querem rolar.

Que estranha alquimia,
Conseguimos conquistar,
Quanto mais o tempo passa,
Mesmo quando distantes,
Não nos pode separar.

Quando vou ao teu encontro,
Algo em minha face atesta,
A alma verte luz 
E instaura clima de festa,
Obrigada amigo por comigo caminhar,
Sou lhe eternamente grata, 
Tu me ensinas a amar.



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Segurança pública é ter saúde social II





O paradigma da segurança pública começa a dar os seus primeiros passos para que possa ser compreendido em uma dimensão mais ampla que não se resuma meramente as estritas atribuições comumente associadas à esfera policial administrativa ou judiciária, afinal, tal dispositivo também engloba diretrizes que seguem na linha da saúde, educação, emprego e renda e infra- estrutura, entre outras instâncias do aparato social. 

Realidades grotescas como é o fato de existirem em capitais brasileiras crianças entre nove e doze anos somando de dois a três homicídios com uso de pistola .40 afirmam que ainda há muito para caminhar. Certamente a estrada é longa e as primeiras discussões sobre a temática surgem junto à esses profissionais especialmente quando inseridos no âmbito acadêmico, em pós graduações voltadas para a temática, precisando passar da teoria à prática. Tal movimento tem começado a ocorrer ainda que bastante timidamente, uma vez que tais indivíduos levam essas novas concepções para o interior de suas corporações tanto civil como militar, nas diversas figuras hierárquicas que a compõe indo do soldado ao capitão até fazer com que se chegue ao coronel  afim de fomentar uma nova perspectiva de formação na academia, buscando combater essa visão estereotipada do que significa ser policial, dando provas de que alguns passos mesmo que lentos e com pés pesados tem sido dados na direção de efetivas mudanças.  

Tal fato claramente também deve-se a um princípio de empoderamento especialmente por parte da população que habitualmente é alvo e refém das incursões truculentas da polícia, a qual tem ido pontualmente as ruas protestar, denunciar e pedir justiça dando uma demonstração da urgência da necessidade de transformação. De modo algum está se propondo ao policial a adesão a uma ilusão romântica da assumição do papel de "herói" ou "salvador da pátria", mas a humanização e o implicamento no significado e impacto de sua conduta, o que não quer dizer que as operações especiais realizadas pelas outras esferas deixarão de existir, nem que a ação repressiva será findada, afinal ainda somos uma sociedade violenta, os altos índices de violência contra mulher, criança, adolescente, idoso e etc. demonstram tal realidade. Contudo, serão operações especiais, intervenções pontuais e não cotidianas e disseminadoras de mais medo e violências, no dia-a-dia estará a policia ostensiva atuando com ênfase sobretudo na prevenção. 

Na prática, em um exemplo simples, isso significa policiais que palestram em escolas na presença solicita de professores, porque a representação da sua função será alargada para além da repressiva, indo em direção à prevenção, assimilando um caráter pedagógico a sua atuação, a qual possui um valor muito mais amplo do que atualmente lhe é dado, conquistando quem sabe uma equiparação ao status social que é legado a figura do bombeiro por exemplo, o qual também é policial.  Essas idéias podem figurar como utopia, entretanto, o fato de estarem distantes de se efetivarem em sua totalidade uma vez que se faz notório a demanda por um processo de profundas e complexas ações para engendrar essas mudanças, nada disso as torna menos factíveis.

Além disso, com a implantação da justiça restaurativa ainda que engatinhando, com a discussão sobre políticas públicas amparadas nas convenções internacionais especialmente de direitos humanos, delegados, juízes, procuradores e especialistas em segurança pública começam a discutir e ampliar os horizontes do significado desse dispositivo, para que futuramente se lancem ao diálogo com as demais instâncias que o compõem somando forças a fim de ampliar por parte do governo o nível de investimentos fazendo com que se torne  uma demanda social realmente contemplada que não seja mais refém nem permaneça a mercê da vontade de políticos que variam de mandato para mandato, sendo antes um compromisso atemporal da política independente de quem está no governo. 

Certamente há muito para caminhar e refletir, ainda mais para fazer especialmente quando se amplia a concepção dos elementos que compõe a segurança pública,  contudo, é fundamental ter a capacidade de reconhecer que os primeiros passos estão sendo dados, ainda que como já foi dito de modo lento e com os pés pesados,  é vital poder crer e buscar no dia-a-dia concretizar que no presente vivenciamos e somos convidados a ser agentes do nascer de uma revolução afinal, já é tempo dessa virada!


sábado, 9 de novembro de 2013

Fluir



Quando a vida parece transbordar para além dos limites de si, é que em verdade ela não está circunscrita às divisas tacanhas que costumamos criar ou admitir. É porque a vida não é represa, é cachoeira em queda livre, rio que precisa seguir... E para seguirmos com ela em seu fluxo contínuo é preciso se renovar, se reinventar, se reconstruir.






sábado, 2 de novembro de 2013

Instrumento



Onde quer que eu vá, preciso te levar pra que você me leve, na hora do regresso, agradeço-te pela estada, breve morada, mas, a vida é carretel de infinita linha a se desenrolar. Cativa, via os pássaros caminhando sobre a terra e eu sem poder voar, não disfarço a alegria, sou tal qual o periquito que liberto da gaiola dá seu grito e resisti a regressar.

Reconhecendo as fragilidades, são tantas as necessidades, necessário se faz a volta para experiências que somente através de ti posso vivenciar. Aqui neste velho abrigo, corpo, conselheiro, amigo, que possa nessa hospedaria, levar com honra essa estadia, até o regresso ao lar... Ah, como temer a morte? Inegável sorte!


sábado, 26 de outubro de 2013

3X4 de um Guri


- Ah, eu tô nessa correria faz tanto tempo, desde que eu era pequeno (rêrêrê), conheço todo esse lugar aqui, é tudo familiar pra mim. Eu não costumo aprontar não, os polícia tão sempre ai de olho na gente, louco pra descer a madeira, é bom não dá motivo né? Só quando a situação tá bem apertada que a gente passa o rodo nos vacilão, mas ai é pegar e sai correndo, tem que ficar entocado por um tempo tá ligado?

- De manhã? Ah de manhã eu não passo aperto não, tem umas tias na lanchonete que sempre me dão café, mingau, pão, lá na frente eu não peço nada aos comprador, não estendo a mão, pô elas fortalece comigo, não vou embaçar o lugar né? O patrão delas sabe e deixa, um dia ouvi ele dizendo “é melhor dar do que ele vir roubar”. Ainda tenho moral de pedir água, você não sabe a sede que dá quando a gente acaba de acordar, a garganta é uma secura só!

- Depois estico as pernas pra cima na parede de lá pra fazer a digestão, fico uns 10, 15 minuto e já fico no ritmo, ai é voltar pra correria, sabe como é que é, cada dia, é um dia!

- Da minha mãe e do meu pai? Ah, disso não tenho muita ideia não, mas falam que ele era mó doidão!! Ele sumiu no mundo e ela me criô, até quando pôde. A coroa era danada, ficava comigo no colo, só na pidança pra poder comover, depois gastava tudo com a maravilha, sabe como é que é, fazer o quê?...

- Um dia me disseram que tava tremendo e babando, fazendo espuma feito sabão, quando a ambulância veio não deu tempo de salvar, fazer o quê? A coroa foi guerreira, mas não pode vacilar.

- Eu já tinha uns seis anos, já sabia me cuidar, já conhecia até meus mano, o “Rastera” e o “Picolé”, a gente ainda pega uns pombo até hoje e ai vendemo pra uma mulher, dizem que ela faz bruxaria, mas e daí? Vou ter medo? Colé! Quero mais é ganhar um qualquer.

- Sobre a maravilha? Ah, acho que já nasci viciado, deve ser herança do meu velho e da minha mãe, o saco também era bom, mas hoje só pra socorro, quando não tem jeito, tem um sapateiro ali embaixo que é amigo do peito, ele sempre vende um pouquinho se a gente quiser comprar, tem vezes que é ele quem chama a gente e dá de graça se a gente for comprar, é que ele também é chegado, mas só na farinha que é isso que home como ele costuma usar.

- Os mano já guarda carro na moral, mas os adulto não leva fé em mim, acham que eu ainda sou muito guri, é porque não cresci (rêrêrê). Então, o jeito é a pidança mermo, que daí dá pra eu usar 7 ou 8 maravilha, tá ligado? É o que há!

- Do amanhã? Mano quem sabe do amanhã? Eu tô aqui, o negócio é viver, curtir! Adoro pegar pombo, isso é curtição e também assustar os vacilão, passa pela gente cheio de medo, boto logo minha cara de mau, eles fica tudo tremendo, e a gente ri muito namoral.

- Que idade eu tenho? Poxa, ai você me pegou irmão! Pelas minhas conta devo ter uns dezesseis, mas ninguém leva fé, o que é que você acha? 11, 12 né freguês? (rêrêrê).

-O quê? Você pode repetir?

-In-vi-si-bi-li-da-de social? Pô mano que é que é isso na moral?
...

- Ah, entendi, claro que eles vê a gente, oxente! Mas como eu disse morre de medo, senti mô pavor, fazer o quê? Uns só falta correr! Quando dá desvia, atravessa a rua, mas também têm outros que fica com peninha, que tem dó, joga umas moeda pra gente, adianta um trocado, ai é o melhor!

- O quê? O que eu vou ser quando crescer? Ah mano, a vida é curta, deixa de zoeira, vamo ficar por aqui tá, parei com você!



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Gente


Não é terra sem fronteira,
Não é roça sem cercado,
Não é casa sem porta,
Nem portão sem cadeado,
Ao chegar, cai bem,
O silêncio, a espera, o cuidado.



quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Mundo da gente


            
               Tem gente que faz do mundo um lugar por onde se passar,
Tem gente que faz do mundo sua casa, seu lar,
Tem gente que carrega o mundo nas costas,
Tem gente que leva o mundo no peito,
Tem gente que quer o mundo aos seus pés,
E para essa ilusão parece não haver jeito... 
Tem gente que quer o mundo ao alcance das mãos, 
Tem gente que vive no mundo da imaginação,
Tem gente que recria o mundo, tornando a ideia, ação.
E tem gente onde o mundo explode (furta-cor) dentro do coração!


sábado, 10 de agosto de 2013

Ação



Para quem não teme o trabalho há sempre um serviço digno para ser realizado, o descanso demasiado torna-se chancela para o comodismo e a estagnação é um mal que pode ser evitado.


*claro que não se está aqui fazendo referência aos trabalhos que não respeitam a dignidade humana e servem apenas como força motriz para o capitalismo selvagem.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Enigma

 O que sabes tu de mim?
Não será o mesmo que sei de ti?
Olhos que se entreolham em encontros casuais,
Curto tempo dividido em momentos tão banais.

O que juras tu saberes?
Com que veemência afirmais?
Não será o mesmo saber que acredito possuir?
Em verdade tão pouco sabemos de ti e de mim...

Tratemos então de crescer, de florescer,
E de não olvidar,
Se há muito que aprender,
Comecemos por amar.




quinta-feira, 18 de julho de 2013

Declames


Senhora,
Dai-me um riso que seja,
E esse pobre mortal,
Se igualará aos deuses,
Serei mais nobre do que a realeza.

Dirige até mim o teu olhar,
Mais profundo do que o oceano,
Mais vasto do que o mar.

Senhora,
Revela em fim o teu segredo,
Diz-me, 
Como conquistar o teu amor?
Aos pés de tua sacada,
Cantando cantigas, serei eu, 
O mais rendido trovador.













quarta-feira, 10 de julho de 2013

Entrega





Quando surgir a ânsia de reter, mais ainda deves dar, quando a fé enfraquecer, persisti em confiar, quando todos brigarem por um espaço, não teima em ceder o lugar. A vida é a mais nobre professora, ávida por nos ensinar e tudo que ela nos pede, é coragem, força e fé, é preciso se entregar...


domingo, 7 de julho de 2013

A separação



Eu ficava sempre na janela, coração na mão a espera de você chegar... Será que vai vir durante a madrugada ou só quando o sol raiar?Quando apontava no início da rua, voltava para cama e fingia que dormia, que não ouvia o barulho no portão, a preocupação cessava, mas, a mágoa não. Pela manhã me contava uma história qualquer e eu fingia que acreditava e não saber que se tratava de outra, além da outra mulher.

Cinco anos se passaram e eu ainda alimentava a ilusão de que um dia você iria mudar, iria reconhecer o meu valor e eu estaria ali de braços abertos, disposta a perdoar e te dar meu amor.Mais um ano e você não mudava, e fui ficando cansada, perdendo a esperança, calejando o coração. As crianças eram motivo para continuar, elas precisavam ter uma família, um lar.  As crianças eram pretexto para eu negar minha covardia, minha falta de coragem para mudar.

Dezembro já apontava e eu pensava, mais um ano não! O que eu estava fazendo comigo, parada ali, me tornando amargurada, distante dos amigos, já nem sabia o que era sorrir. Por quê continuar se era tolice insistir?

Naquela noite eu nem consegui dormir, mas não por estar mais uma vez a sua espera, eu tecia uma nova vida pra mim, quando o sol raiou, era eu quem renascia, bem antes do seu relógio despertar, eu fui fazendo as malas e nem dei por ti, que acordou com ar de inocente me perguntando o que estava acontecendo ali.

-Ora, acabou meu bem, é o fim! Estou cansada de forçar a barra da vida, cansada de esperar por você, que vê em mim uma mãe, uma babá, uma dona de casa, uma escrava do lar, mas, não alguém que você soubesse, que fosse capaz amar.
- Sei que não é o único culpado, afinal ninguém constrói sozinho uma relação e ao me calar fui conivente, cega, inexperiente, entregue aquela paixão. Por favor, não tente me deter, não segure a minha mão... Acabou, quero a separação!

Janeiro se anunciava e o ano era inteiro novo, novos ares naquele verão, as crianças não se afastaram de você, parece até que agora lhes dar mais atenção. Dizem até que você não bebe mais, que antes das dez chega em casa, se esforçando por ser um bom rapaz.  Ousam me aconselham a reconsiderar, mas agora sou pássaro livre, voo mais leve do que o ar!

Retomar os estudos, voltar a trabalhar, fazia tantos planos, a vida pulsava em meu peito e eu não a iria mais sufocar, me sinto até mais bonita, vejo a vida colorida e sei que ainda posso voltar a amar.



terça-feira, 2 de julho de 2013

Viver

A essência da vida é em si mesma uma grande amálgama, nada a fazer do que sobre ela se debruçar, numa entrega e procura de quem busca e sabe que um dia encontrará, porque essa vontade de ser feliz, essa necessidade de paz íntima se existe é para ser alcançada. E vamos seguindo, se a estrada é longa, nos lancemos na caminhada.





segunda-feira, 1 de julho de 2013

Dançarina






Dança,
Se lança,
Arranha o céu.

Toca as nuvens,
Pisa na lua,
Abraça o sol,
Retira o véu.

Dança,
Livre,
Leve,
Ao léu.


sexta-feira, 21 de junho de 2013

3 x 4 Nacional










Vem menina, vem criança,
Constrói de farrapos tua esperança,
Costura aos retalhos de última hora,
Seu ideal de revolução.

Linha de frente,
Palavras de ordem,
E flores nas mãos,
Bombas de efeito i-moral,
Silenciam tua ilusão.

Que foi feito da nova era?
Há apenas a habitual guerra,
Loucura e agonia,
Mal se pode acreditar,
Quem em sã consciência,
Busca pela violência se libertar?

Não é tão pequena a minoria,
Já que apenas por covardia,
É que muitos não foram guerrear,
Mas torciam a distância,
Querendo ao bando se juntar.

Incitados pela conduta gregária,
Aos instintos primitivos deram vazam,
Estertorando conflitos íntimos,
Que vigem no âmago do ser,
No pântano do coração.

Pela violência conquistar a paz?
Manifestantes, policiais...
Não viram e nem verão tal associação jamais.
Aos que lutam pelo ideal de transformação,
Sigamos firme sem desanimar,
A escuridão não resiste à luz,
Quando teima em iluminar.


domingo, 16 de junho de 2013

Coragem


Antes de ser uma força para enfrentar desafios extraordinários, muitas vezes com gestos heroicos, coragem talvez seja a capacidade de se autoconhecer, olhar no espelho, reconhecer as próprias fraquezas e não esmorecer. Apesar das dificuldades, continuar a ter fé, acreditar, não desistir de si, da vida, buscar crescer e se superar.

Assim, coragem é saber que a única pessoa que podemos vencer é a nós mesmos e que se deve haver mudanças, realmente é por nós que elas precisam começar... Coragem é não ter vergonha de pedir perdão, dizer a verdade quando seria mais fácil mentir, expor a própria opinião respeitando as demais, coragem é sorrir, estudar, trabalhar no que gostamos, fazer aquilo que acreditamos.

Coragem é dizer não com a mesma naturalidade que se diz sim, é silenciar diante de uma ofensa, aceitar o outro como ele é, por estar reconciliado com a própria humanidade, sem fazer disso prerrogativa para não buscar melhorar. É saber o valor da palavra e aprender a ouvir, silenciando o íntimo para emprestar real atenção quando alguém começar a falar.

Coragem é não desistir dos verdadeiros amigos mesmo quando nos desapontam e saber que algum dia somos nós que os podemos desapontar, somos todos humanos, passíveis de acertar e errar. Coragem é ter bens materiais sem apego, é não precisar de muitas quinquilharias para viver, abdicar de um beneficio pessoal quando ele pode ser revestido para a coletividade, renunciando a predileção por si, ser simples trajando seda ou algodão, viver desfazendo as ilusões para manter os pés no chão.


Coragem é acreditar nas dúvidas e duvidar das certezas, se encantar com o singelo da natureza, sair sem roteiro, mas com uma íntima direção, passear por bem estar, por pura satisfação, ser fiel ao que dita o coração. Coragem é estar presente no presente, ser boa companhia para si e assim poder ir ao encontro do outro sem defensivas, se reconhecer como um eterno aprendiz, ficar do lado da própria alma, regar o jardim da vida, gostar de viver, buscar ser feliz!


terça-feira, 4 de junho de 2013

Família





Pouso reconfortante e acolhedor é assim um lar, quando tem afeto, quanto existe amor, necessária pousada para se reajustar é assim uma casa que une contrários pra se harmonizar.

Toda transformação que ensejamos conquistar na sociedade devemos antes começar na célula social básica da qual fazemos parte: a família. Morando em uma casa ou em um lar, com laços para além do sanguíneo, somos sempre convidados a por em prática as noções de direito e dever, de ética, de respeito, amor, tolerância e tantos outros ensinamentos.

O lar é o primeiro espaço de educação cuja força maior não é da palavra e sim do exemplo, é o espaço onde é gestado o cidadão. Se não formos capazes de criar laços de respeito e solidariedade em nossas residências, certamente, promover essas conquistas fora da nossa moradia ficará muito mais difícil.

O convívio humano é desafiador, nem sempre as uniões que originam as famílias são planejadas ou possuem a estrutura e maturidade necessária para se constituírem, ainda assim, nessa primeira escola, engajar-se em tão valiosa tarefa com bom ânimo, é fundamental para cumprir “o dever de casa” que cada morada nos propõe.


sábado, 25 de maio de 2013

Brasilidades



Lutar pela conquista de direitos que já deveriam ter sido conquistados, conscientizar os sujeitos dos seus deveres porque não estão conscientizados, tudo isso deve dar uma boa dose de abatimento, certo cansaço... Combater uma corrupção que parece institucionalizada, uma forma precária de funcionamento tão obvia, mas que parece naturalizada.
Protestam por melhores salários, mas não lutam com igual ênfase por melhores condições de trabalho, políticos e gestores engajados agem em meio a um cenário que se arrasta aos frangalhos, parece haver um anestesiamento geral, talvez seja mais cômodo reconhecer e reclamar sem se engajar por uma verdadeira transformação social.
Saúde, justiça, educação, com investimentos sempre aquém do necessário, percorrendo caminhos tão frágeis no modo de se estruturar, sangues sugas sempre a espreita prontos pra sugar, deveríamos parar e repensar essa jovem nação, com 513 anos já não é tempo de começar sem utopias, uma justa revolução? Que amiúde não começa no supremo ou no senado, não troquemos o início pelo fim, apesar de não serem movimentos contrários, se iniciam antes de tudo em ti e em mim.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Dia do (a) Trabalhador (a)





Cuida da organização e higienização do lar, prepara os alimentos, lava as roupas e muitas vezes também cuida dos filhos e até dos animais, não, não se trata de uma super-heroína e sim da empregada doméstica! Hoje dia do trabalhador, lideranças da classe afirmam sem nenhum exagero que a PEC das domésticas trata-se de uma “segunda abolição da escravatura”.

Alguns membros da classe média se opõe a decisão, chegam a dizer que isso instaurará um clima inamistoso dentro da residência, outros dizem que as empregadas serão demitidas e passarão a serem diaristas (sem poder oferecer serviços mais de duas vezes na semana se não se tornam mensalistas). Certamente que isso está ocorrendo, afinal muitos não poderão mais manter o serviço pelo qual costumavam pagar sem o cumprimento de todas as exigências trabalhistas.

Entretanto, é preciso compreender a atual situação de maneira mais abrangente, trata-se de uma mudança de paradigma, transformação não apenas para essa geração, mas novo rumo histórico em direção a uma real democracia. Nesse dia do (a) trabalhador (a), o parabéns especial vai para as domésticas e donas de casa que sabem o quanto o trabalho doméstico é valoroso e ingrato por ser tão pouco reconhecido.


sábado, 20 de abril de 2013

Emancipação



Cuidar dos pensamentos, das palavras, das ações, desenvolver a liberdade de consciência implica não mais em reagir e sim agir, colocando-se em uma atitude positiva de ação e intervenção, desobrigando-se da pálida condição de buscar corresponder aos anseios e expectativas alheios, nesse caminho o indivíduo avança para o autoconhecimento e uma vivência genuína muito mais satisfatória para si e aqueles que fazem parte do seu convívio tanto íntimo como social. Muda-se o foco de atenção, nessa direção importará sempre a tranquilidade de sua consciência sobre qualquer condição, por isso a necessidade de nos atentarmos aos nossos passos em direção a uma real e saudável emancipação.