quarta-feira, 9 de julho de 2014

País nação/seleção




De quatro em quatro anos uma convocação dos jogadores para copa, de quatro em quatro anos uma convocação dos cidadãos para a eleição. O esporte nos ensina que assim como nas demais áreas da vida tão importante como saber ganhar é saber perder, afinal, em ambos os lados da moeda há chances de aprendizado e crescimento para quem as sabe aproveitar e ainda que todos queiram a conquista, poucos a irão obter, em uma competição apenas os melhores irão ganhar.
No futebol há uma regra implícita que alerta: quando uma equipe sofre uma goleada já não é tanto mérito de quem ganha ainda que possua qualidade técnica, mas demérito de quem perde e perder assim de 7 X 1, realmente deixa um sabor todo amargo, afinal a responsabilidade pesa mais nas costas e fica a sensação de não ter feito todo o possível, de que o dever não foi cumprido e logo vem e se, e se... Mas o fato se impõe, sem chances de escolhas, sem possibilidades de voltar no tempo e as especulações se revelam inúteis.
O clima é de tristeza, revolta, decepção, mas poderíamos ficar mais aliviados se quem perdesse fosse apenas o país seleção, o qual possui novas chances de vitória no próximo mundial com data marcada para começar, mas não podemos nos aliviar dessa pressão porque diferente do mundo do esporte, o Brasil nação vem perdendo de goleada dia após dia, na saúde, na educação, no transporte, na cultura e em tantos outros aspectos infraestruturais que sabemos necessitamos urgentemente de melhorias, merecemos mais.
Nesse campo a lógica se inverte e a ditadura da minoria não pode acontecer, a vitória não pode ser de alguns, nesse time todos deveriam jogar juntos contra adversários muito claros: fome, miséria, corrupção, analfabetismo... No entanto, os jogadores convocados são em suas maioria figuras repetidas, políticos contundidos, cheios de lesões, que jogam o jogo com entrada duras e desleais.
 Nessa partida quem deveria nos representar, mas parecem rivais que devemos combater, temos muito mesmo que lamentar, que sofrer, que chorar, porque nesse jogo temos levado infinitas goleadas e assim como a seleção, nos rendemos apáticos sem chance de revanche. Contudo, se no esporte podemos guardar a camisa, pendurar as chuteiras, na vida não, não podemos deixar de ser brasileiros, desertar, abandonando a nação, que a indignação que sentimos no futebol não demore a chegar efetivamente na esfera pública nos fazendo arregaçar as mangas afinal um filho teu não foge a luta!!

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