terça-feira, 16 de agosto de 2011

Relações nossas de cada dia.


Acredito que muitas vezes as relações podem constituir-se apenas como somas de incompletudes. Onde buscamos loucamente sermos felizes, depositando no outro expectativas e transferindo necessidades, muitas vezes negando a si mesmos. Se as relações partirem desse paradigma possuem grandes chances de serem meios de infelicitude.  Relações que podem proporcionar prazer, mas, não realização, satisfação e que muitas vezes enredadas em ilusões e mentiras causam a médio e longo prazo sofrimento de várias ordens.

Mulheres objetificam-se na busca de serem admiradas, desejadas e mais, claro que a mulher quer mais, na busca de serem amadas, de tal modo equivocadas, acabam por si desrespeitar. Nunca compramos e nos vendemos tão fácil à imagens estereotipadas que reforçando o machismo ancestral teimam em nos reduzir a objeto sexual. Homens, quantos homens preocupados com a quantidade de conquistas não conseguem passar da página dois, sabendo apenas serem dons Juans. 

Especializados na “arte” da conquista passam muitas vezes por cima da verdade, enganam, ludibriam e perdem a si mesmos pelo caminho, sem habilidade para lidar com as demandas reais das relações quando acaba o repertório. Perdem-se pelo caminho porque se não é possível sermos felizes sozinhos confundido corações carentes, tantas vezes fragilizados também não.Nessa ânsia de felicidade, nestes tempos turbulentos onde a superfície do mar está sempre revolta, onde as ondas são bravias e às vezes surpreendentemente terminam frágeis beira mar, mergulhamos e muitas vezes nos afogamos em relações pouco sadias.

Então, acredito que não há outro caminho que não do auto enfrentamento dessa incompletude, sem buscar fantasiosamente o outro e no outro o suprimento de demandas que são nossas. Quem tem que nos amar primeiro somos nós, quem precisa se cuidar, se proteger e ser nosso melhor amigo também somos nós. Se percebermos isso, vamos pouco a pouco desistindo da falsa idéia da metade da laranja e finalmente poderemos ser inteiros, em relações onde as pessoas se encontram, trocam e somam ao invés de subtrair.

Já é árdua a tarefa de ser humano por si só, afinal essa inteireza está sempre em construção e transformação que às vezes causam inevitáveis impactos nas vidas alheias, nem sempre conseguimos tomar as melhores decisões, emitir opiniões e atitudes mais sensatas, agimos impulsivamente.

Acredito que a consciência de nossa humanidade faz com que sejamos mais generosos com a dos outros e também mais respeitosos. Que apesar das dificuldades, nossa necessidade legítima de felicidade, de bem estar, assim como de liberdade não se torne pretexto distorcido e virem apenas uma ânsia louca que só nos traga  infelicidade.




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